19.3.06

Visto

Image hosting by Photobucket

TSOTSI

Fiquei surpreendida com este filme. Fez-me muito lembrar o filme brasileiro a Cidade de Deus em que uma vida não vale nada, em que o que importa é a sobrevivência, o que importa é um instante no tempo e não existe ontem nem existe amanhã, em que as pessoas vivem no limiar da sobrevivência e em que a violência é a forma de comunicação entre as pessoas. Mas que cidade no mundo que não tem uma cidade de deus?
Um filme crú passado num bairro de lata nos arredores de Joanesburgo na África do Sul. Um filme agressivo quer pela violência psicológica da história quer pela violência directa das imagens. As pessoas encontram-se desumanizadas e até a personagem principal assume como um nome que não é seu, um nome de rua, Tsotsi, que significa bandido, gangster, rufia etc. e não o seu próprio que há muito ficou esquecido David. Uma história de violência do principio ao fim, a lógica de quem practicamente nasce marcado do lado errado da sociedade raramente se endireita, a lógica do dinheiro move montanhas e altera consciências (como do actor principal que resove-se regenerar após o seu ultimo que lhe rendeu muito dinheiro). Não consegui sentir simpatia pela personagem principal apesar de o filme estar feito para se sentir. Um filme que resulta duma metáfora, a personagem principal que desesperadamente ser salvo e vê isso aos olhos da criança que levou dum assalto que cometeu e se comprometeu a cuidar dela. As cores predominantes na tela são quentes são as cores de áfrica.
Só um aparte a banda sonora do filme despertou-me muito interesse, musica popular de dança, de raízes urbanas chamada kwaito. Cantanda em calão resulta de uma mistura de: Inglês, Zulu, Seshoto e Isicamtho e é o reflexo duma cultura jovem urbana do pós-apartheid. O próprio nome deste estilo de música resulta de uma mistura de um nome dum grupo de gangsters dos anos 50 e a palavra zangado.